domingo, 13 de junho de 2010

Clarividência

Já conhecia esta selecção da Argélia que joga com 90% de coração e 10% de cabeça. Fiquei ainda mais curioso pela sua prestação depois de ter ouvido o treinador Rabah Saadane dizer que a equipa não estava preparada nem física nem tacticamente, logo, não tinha nada a perder. No entanto, ao alterar o previsível onze inicial, a Argélia foi uma equipa cautelosa a maior parte do tempo que durou o jogo contra a Eslovénia. A maior parte do tempo porque aos sessenta minutos entrou Abdelkader Gezzal. Gezzal, confesso, é um dos meus jogadores preferidos deste mundial. Entrou em campo e passados dois minutos já tinha um cartão amarelo por se agarrar a um adversário. Alguns minutos depois, não conseguindo chegar à bola com a cabeça, Gezzal estende o braço e acaba por ver um segundo cartão amarelo. Fim da linha para Gezzal. A entrega despropositada tem custos destes. O pior é que a expulsão deste jogador foi apenas a introdução para a tragédia argelina. Faousi Chaouchi, o guarda-redes, haveria de facilitar de uma forma impressionante, oferecendo, com um frango, a vitória ao adversário. No fim do jogo, o sincero Saadane, disse que apesar de tudo, Chaouchi é "o melhor guarda-redes que temos". Não há fã do futebol que não fique emocionado com tamanha clarividência.

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