domingo, 3 de outubro de 2010

Como se inventa um dérbi

Sexta-feira à noite no Pavilhão do Externato de Penafirme, cerca de cinquenta pessoas juntam-se para assistir ao confronto entre as duas equipas do concelho de Torres Vedras que disputam a 1ª Divisão Distrital de Lisboa em Futsal, o ADCR Santa Cruz e o Atlético Barroense. A equipa de Santa Cruz disputa os seus encontros nesta localidade a cerca de 2 km da sua sede, devido à inexistência de pavilhão na localidade. Quanto à equipa do Barro faz-se acompanhar de vários adeptos, acreditando numa possível promoção à divisão maior do futsal distrital.

Denotam-se acentuadas diferenças entre os dois clubes. Do lado do Santa Cruz, a aposta centra-se numa mistura entre atletas da casa, já com vários anos de experiência nestas divisões, e atletas de fora, sendo de destacar a dupla brasileira Beto e Marcos, para além de vários atletas contratados no início desta época. Quanto ao Atlético Barroense, a aposta de há alguns anos atrás foi na formação, não sendo de espantar que, apesar de ter uma média de idades muito mais baixa, os seus atletas apresentem uma maturidade competitiva e uma eficácia que lhe valeram o triunfo neste dérbi torreense.

A equipa do Barro foi quase sempre superior aos homens da casa. Espalhando melhor as suas peças pelo terreno de jogo, apostou quase sempre no erro do adversário, pressionando-o a campo inteiro. Tendo chegado a estar a vencer por 3-1, os homens de verde e branco acabaram por ser surpreendidos pela entrada em campo dos quase gémeos Beto e Marcos, dois atletas que revolucionam a atitude da equipa de amarelo, com uma capacidade de pressão e de execução bastante superior aos seus colegas de equipa. Ao intervalo, o resultado era um empate a três, fiel ao equilíbrio que os santacruzenses souberam impor na fase final da primeira parte.
No segundo tempo, o Santa Cruz entrou melhor, devendo a Carlitos e ao guarda-redes Gonçalo, para além dos jogadores já referidos, a capacidade de se bater de igual para igual com o Barroense. No entanto, o Barroense soube aproveitar melhor as oportunidades de que beneficiou, chegando à vantagem a meio do segundo tempo. A partir daí, veio ao de cima a superior capacidade da equipa do Barro, que encontrou na sua experiência uma forma de enervar os homens de Santa Cruz, sendo através de faltas e entradas mais duras ou de paragens de jogo para pedir a limpeza do terreno de jogo.

O Barroense acabou por ser um vencedor justo, chegando a marcar mais dois golos para terminar o encontro com um resultado de 3-6. O Santa Cruz mostrou evolução em relação aos jogos da época passada, mas precisará de mais maturidade competitiva para se manter na disputa por uma boa classificação. Nota ainda para o ambiente vivido no Pavilhão de Penafirme. A grande vantagem das competições distritais é a paixão e as “bocas” que acompanham os eventos dentro de campo. Mais uma vez, foi possível ver um árbitro a manter diálogo com a assistência, algo que não deixa de ser sempre uma surpresa e, seguramente, não se pode experimentar a casa. 

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