segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"Queremos construir equipas competitivas" - Entrevista a Ricardo Ribeiro

Ricardo Ribeiro
Ricardo Ribeiro estreia-se, esta época, como Coordenador Técnico dos escalões de formação do Belenenses, em Basquetebol. Depois de passagens pelo At. Malveira e pela Física de Torres, onde também foi praticamente da modalidade, Ricardo Ribeiro assume este projecto num dos históricos clubes do nosso país.
A época começou no início do mês, para as equipas de Sub-18, Sub-16 e Sub-14 Masculinos, nas competições distritais de Lisboa.
A conversa com o treinador, licenciado em Educação Física, com especialização em Basquetebol, tocou a sua carreira como jogador e treinador, juntamente com os objectivos do projecto que agora lidera.


Como escolheste o basquetebol como actividade desportiva na adolescência?
Comecei a jogar com 11 anos na A.E Física de Torres Vedras, através do meu professor de Educação Física Luís Seco, gostando desde logo desta fantástica modalidade. Experimentei ainda outros desportos em Torres Vedras mas nenhum me seduziu como o Basquetebol.

Como se deu a transição de praticante para treinador, ainda tão jovem?
 Quando entrei na faculdade, no curso de Educação Física, comecei a dedicar-me muito mais à minha carreira académica e formação profissional do que ao treino como atleta, principalmente quando passei ao escalão sénior. Um dos princípios que sempre me orientaram foi que só queria começar a ser treinador quando terminasse o meu curso. E assim foi, após alguns convites resolvi começar a minha carreira no clube onde jogava na altura, o Atlético da Malveira, clube que guardo muitas recordações e manifestações de afecto.

Tiveste experiências na Física e na Malveira como treinador de formação. O que aprendeste nesse percurso?
 Na Malveira consegui ganhar a experiência necessária para abraçar um projecto de outra envergadura como foi o de trabalhar como adjunto da equipa Sénior da Física ao mesmo tempo que liderava uma equipa de formação. A Malveira é um clube mais familiar e cheio de gente boa, que me deu todas as condições para pôr em prática os conhecimentos académicos e a minha experiência como treinador. Na Física foi-me proporcionada a oportunidade de trabalhar com fantásticos treinadores e jogadores, com os quais aprendi muito ao longo destes cinco anos.

Como surgiu o convite para ingressares no Belenenses?
A minha vida pessoal alterou-se e estando a viver em Lisboa estava a ser muito complicado dedicar o tempo que é necessário para um bom trabalho e decidi com muita pena minha abandonar o clube do meu coração. As minhas principais motivações derivam do facto do CF “Os Belenenses” ser um clube com história e tradição. Foi-me proposto um projecto ambicioso para dinamizar e reorganizar a secção de basquetebol. Sendo a única modalidade do clube que funciona de forma autónoma, garante-nos alguma estabilidade. Será, no fundo, um começar do zero. Outra motivação é, sem dúvida, o gosto pela modalidade e o desejo de experimentar um novo desafio. Gostaria também de agradecer à Física de Torres Vedras por tudo o que me proporcionou nestes anos em que tive o privilégio de lá trabalhar.

Sendo o  Belenenses um clube histórico, tem andado arredado das competições de séniores e descurado a formação. Quais são os teus objectivos no imediato?
Primeiramente, vamos reestruturar a Escola de Basquetebol e formar um corpo técnico de qualidade. Procuraremos, como principal objectivo, dinamizar a captação de atletas, aumentando o seu número, principalmente em minibasket e sub13. As principais estratégias são a implementação do projecto “O basquetebol vai à Escola” nas escolas da Ajuda/Belém/Restelo e a divulgação da Escola de Basquetebol. Procuraremos criar novas actividades na Escola de Basquetebol e também uma aproximação às outras modalidades do CF “OS Belenenses”, de forma a aproveitar os recursos e as experiências das diferentes pessoas envolvidas. Queremos melhorar as condições de trabalho e de treino, criar um modelo de jogo e, muito importante, envolver os pais na dinâmica da Escola.

Achas que com esse trabalho de base se poderá voltar a ver o Belenenses a ganhar títulos?
 Queremos neste primeiro ano criar uma nova dinâmica na captação de jogadores, uma vez que nos últimos anos não tem sido possível ter atletas e minibasket e essa é a base para “alimentar” os escalões seguintes. A curto prazo será difícil mas faremos o possível por criar equipas bem preparadas. Queremos também construir equipas competitivas, fomentando o espírito de grupo entre todos os escalões e criando uma dinâmica de clube positiva.

E quando achas que poderá voltar a haver basquetebol sénior no Restelo?
 Para a próxima época já contamos ter uma equipa de sub20 ou equipa sénior na cnb2 aproveitando o trabalho feito este ano nos sub18, no qual criámos duas equipas para dar mais competição aos nossos atletas. Ter uma equipa Sénior na Liga Profissional será mais difícil nos próximos tempos, uma vez que o clube e os patrocinadores estão a atravessar dificuldades financeiras. Para ter uma equipa ao mais alto nível são necessários outros meios e uma estrutura profissional.

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