segunda-feira, 8 de novembro de 2010

335 equipas em 400 páginas de sabedoria desportiva


Chris Dortch é o responsável pela edição do Blue Ribbon Basketball Yearbook,  o mais detalhado guia do basquetebol universitário norte-americano. No dia em que se inicia a competição, nada melhor do que saber, do próprio, a história deste guia que é usado pelos principais especialistas na modalidade, sejam eles treinadores ou jornalistas.

Como e quando começa a ser preparado o Blue Ribbon Basketball Yearbook?

Parece que nunca paramos, porque nos mantemos sempre actualizados do que se passa no basquetebol universitário. Mas podemos dizer que começa a ser preparado no início de Junho, quando fazemos os primeiros contactos com os treinadores, e termina em Outubro, quando o livro acaba de ser impresso.

Como organizam o vosso trabalho para manter um guia tão completo sobre uma competição com tantas equipas? Quantas pessoas trabalham no guia?

Nós somos inclusivos, ou seja, todas as 335 da Divisão 1 da NCAA estão no nosso guia, que tem 400 páginas e 660,000 palavras (já agora, eu leio-as todinhas). Temos um grupo com cerca de 30 pessoas, entre escritores e editores, e todos eles têm voto nas equipas que consideramos favoritas para ganhar o título nacional. Nem sempre se trata de uma escolha óbvia. Por exemplo, o ano passado colocámos Butler como 11º favorito. Eles tinham um projecto sólido, mas ninguém poderia dizer que chegariam à final do campeonato, ficando a apenas um cesto de o ganhar. Acho que fazemos um bom trabalho a identificar as equipas que têm mais probabilidades de ganhar.

Quantos jogadores que vocês destacam atingem a NBA? E quantos deles acabam por não ter sucesso nas Ligas Profissionais?

É uma percentagem muito alta, a dos jogadores que destacamos como candidatos a jogarem na NBA. É um tipo de previsão que pode ser mesmo muito fácil, mesmo que nós tentemos citar jogadores que não joguem nas principais universidades. Só um número mínimo de jogadores apontados por nós não atingem a NBA.

Vocês têm uma marca sólida e tradicional em guias de basquetebol e futebol americano. Alguma vez pensaram em arriscar noutros desportos?

Sim, já pensámos nisso, mas para ser sincero, fazer um guia destes demora tanto tempo que não sei se temos recursos para acompanhar outro desporto com a mesma garantia de qualidade. No que toca ao desporto universitário, não sei se haveria mercado para outros guias. O futebol americano é o mais seguido em todo o país, indiscutivelmente, e o basquetebol tem nas finais da NCAA, o March Madness, um período onde as paixões extravasam de uma maneira inigualável.

Achas que seria possível fazer um guia semelhante ao Blue Ribbon aplicado ao Futebol, para ser vendido em todo o mundo?

Dada a popularidade do futebol, sim, acho que seria possível. Seria um grande desafio descobrir os escritores com os conhecimentos sobre as diferentes ligas, mas se o conseguisses, e o trabalhasses bem comercialmente, seria um sucesso. O grande problema seria o facto de ter de ser produzido em diferentes línguas, algo que ao Blue Ribbon nunca se colocou.


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