sábado, 5 de fevereiro de 2011

E depois dele, o caos...

No último jogo de Liedson em Alvalade ficou provado que, sem ele, o Sporting fica bem mais fraco. A Naval aproveitou os erros leoninos e conseguiu um empate (3-3) muito valioso.

Lágrimas na despedida de Liedson
Com uma ovação, durante a qual se viram muitas lágrimas entre os adeptos e o próprio jogador, Liedson despediu-se do Sporting, vincando no seu último jogo a qualidade que o internacional português acrescentou a este plantel. O “levezinho” marcou dois golos, salvando-se da vergonha de ver a sua equipa perder em casa com o último classificado da Liga Zon Sagres.

O Sporting cometeu demasiados erros, durante a maior parte do tempo não mostrou ter ganas de vencer o jogo e, beneficiando do apoio dos seus adeptos, viu as bancadas explodirem em apupos nos minutos finais, quando a cabeça de Paulo Sérgio foi exigida como pagamento pela má exibição leonina. Sem o homem que disputou 313 jogos e marcou 173 golos com a camisola verde e branca, parecem não sobrar opções para uma equipa que fica órfã da sua principal referência.

Isto é um jogo do campeonato?
Os primeiros 25 minutos passaram-se sem que nada denunciasse tratar-se de um jogo a contar para a Liga. A equipa da Figueira da Foz, semi-adormecida, oferecia espaço ao meio-campo do Sporting para tentar marcar, oportunidades que se viram, na maioria dos casos, anuladas em lances de fora-de-jogo. A defesa em linha dos homens treinador por Carlos Mozer permitiam que o Sporting estivesse perto do golo, mas os leões não conseguiam aproveitar.

Quando Paulo Sérgio decidiu alargar a sua frente de ataque com a entrada de Diogo Salomão, deu uma sacudidela no encontro. O miúdo conseguiu soltar-se num lance de contra-ataque, serviu Hélder Postiga que, fintando dois defesas, rematou à baliza, sobrando a bola para Liedson fazer o primeiro golo da noite. O mais difícil parecia estar feito. O Sporting dominava e superiorizava-se no marcador. Mas o incrível estava para acontecer.

Oferecer o ouro ao bandido
A reviravolta inesperada começou com um erro inacreditável de Evaldo, que perdeu a bola na pequena área e agarrou Marinho, cometendo grande penalidade. Fábio Júnior aproveitou para fazer o empate. Já nos minutos de desconto, a defesa do Sporting volta a sofrer um apagão geral, Godeméche apareceu sozinho do lado esquerdo e serviu Michel Simplício. A Naval via-se na frente, beneficiando da oferta do meio-campo que a troca de Paulo Sérgio proporcionou. Mas o treinador não é o único culpado. Com os erros defensivos cometidos pelos seus jogadores, o Sporting não podia aspirar a melhor do que aquilo que tinha no descanso.

No regresso ao jogo, voltou-se a ver uma equipa leonina com vontade de vencer. No entanto, a equipa da Naval conseguia manter-se organizada na defesa. Foi preciso esperar pelo minuto 59 para se ver resultados da ofensiva leonina. Vukcevic viu Camora impedir a sua progressão com a mão e Hélder Postiga concretizou a grande penalidade. Pela segunda vez na noite, esperava-se ver o Sporting avançar para uma vitória tranquila. Mas a história continuava a escrever-se contra as expectativas dos sportinguistas.

Até Patrício falhou
 
Na única vez que Camora avançou pelo terreno sem oposição de Abel, o defesa figueirense centrou para dentro da área leonina e a bola sobrou para Godeméche rematar à baliza. Rui Patrício, que não terá visto a bola partir, lançou-se de forma atabalhoada e a Naval voltava à liderar. A perder a partir dos 66 minutos, Paulo Sérgio demorou dez minutos para trocar André Santos por Matías Fernandez, e vinte para trocar Abel por Cristiano. Faltavam apenas dois minutos para terminar o encontro. As bancadas não aguentavam mais. Foi terrivelmente explícita a mensagem transmitida a quem de direito. Paulo Sérgio já está a mais. Não será o único. Mas a caça às bruxas ocupa as mentes de todos aqueles que rodeiam o Sporting.  Poucos serão os sobreviventes desta época tenebrosa para a equipa verde e branca.

Não fosse o sentido de oportunidade de Liedson, muito pior se passaria a noite em Alvalade. O golo que garantiu o empate e o seu discurso emocionado, serão momentos inesquecíveis para todos os adeptos. O grande pesadelo não é o que se passou até agora. Quando, daqui a uma semana, se depararem com uma equipa ainda mais curta de opções, perceberão que, depois dele, muito provavelmente, só sobrará o caos.

As figuras
Liedson – muitos sportinguistas foram a Alvalade só para se despedir do levezinho. O avançado não se fez rogado. Marcou dois golos e animou a triste noite de sexta-feira. Vai ficar na memória de todos aqueles que gostam de futebol em Portugal. Mas ninguém sentirá mais a sua falta que os adeptos do Sporting.

Paulo Sérgio – é a cara da desorientação que reina em Alvalade. Com as opções a serem-lhe retiradas pela administração, o treinador insiste em experimentar vários desenhos tácticos a cada jogo. Depois da crítica, é a vez das bancadas lhe exigirem satisfações. A sua ambição parece cada vez menos credível. A resistir, será apenas porque ninguém está livre de culpas nos resultados da equipa.

Carlos Mozer – ressuscitou dos mortos a equipa da Naval. Salin mostra confiança entre os postes, João Real acertou sempre durante os 90 minutos, Manuel Curto está um senhor trinco e Fábio Júnior voltou a ser um avançado letal. A única explicação desta transformação é o treinador brasileiro, que desde que chegou à Figueira da Foz, só perdeu uma vez, na casa do FC Porto. Com Mozer, os figueirenses acreditam na manutenção. 

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