quinta-feira, 31 de maio de 2012

A melhor equipa ganha?


A Alemanha de Joachim Low chega ao Europeu como principal favorito à vitória, depois de uma fase de qualificação brilhante. Mas, numa competição como o Euro, num grupo complicado como é o B, a equipa alemã terá que fazer pela vida. Quem chega à competição sem grandes responsabilidades é a Grécia, num processo de construção liderado por Fernando Santos. O objetivo é surpreender.

Dois jogos marcaram negativamente o futebol alemão no último mês. Primeiro, a inesperada derrota do Bayern de Munique na final da Liga dos Campeões disputada no seu estádio, perante o Chelsea. Esta semana, nova derrota, frente à Suiça, no primeiro jogo de preparação da seleção. Alguns comentadores julgam ver nesta segunda derrota aspetos positivos. Como se os jogadores do Bayern, dobrados pela derrota na Liga dos Campeões e ausentes neste jogo, pudessem agora sentir-se essenciais para salvar a equipa do seu país. No entanto, no futebol, as coisas nunca são assim tão fáceis.


A equipa de Joachim Low tem muita juventude e algumas indefinições. Certo é a utilização da equipa do Bayern como base para o conjunto nacional. Manuel Neuer é dono da baliza, Philip Lahm o capitão de equipa (restando saber se jogará na lateral direita ou esquerda), Badstuber tem também a titularidade garantida na defesa. Para acompanhar estes jogadores, Matts Hummels parece ter ganho a corrida a Mertesacker, no centro, restando saber quem será o outro lateral. Boateng (adaptado a qualquer um dos lados) e Schmelzer (na esquerda) são as soluções.

No meio campo, mais uma forte presença da equipa bávara. A única exceção deverá mesmo ser Sami Khedira, que contará com Bastian Schweinsteiger e Toni Kroos por companhia. Nas posições mais ofensivas da equipa, Ozil, Podolski e Mário Gomez deverão ser as opções priotárias de Low, sendo que Thomas Muller também terá fortes chances de ganhar um lugar no onze alemão, se o treinador optar por uma visão mais ofensiva do seu conjunto.

A Alemanha é, essencialmente, uma equipa de posse, muito rápida nas transições e com vários jogadores que podem resolver, quer com remates de longe, quer penetrando nas linhas adversárias. É um oponente de respeito, que Portugal terá que saber contornar logo na estreia do Euro.

Quem também terá a atenção dos portugueses será a Grécia, treinada por Fernando Santos. Dos campeões de 2004 restam poucas referências nesta equipa, que o Engenheiro pretende mais ofensiva, com maior capacidade de explorar as alas com velocidade. Para isso, tem sido preciso criar uma escola de extremos, já que não haviam disponíveis muitas opções para essa posição.

Na baliza, Fernando Santos deverá optar por Sifakis, o seu preferido na fase de qualificação. Na linha defensiva, Torossidis, Sokratis Papasthathoupoulos, Avraam Papadopoulos e José Holebas parecem configurar-se como o quarteto que oferece mais segurança à estrutura da equipa. Na intermediária, Katsouranis surge como referência mais defensiva e Karagounis como capitão e maestro do conjunto grego. Fetfazidis ou Fotakis deverão ser a terceira peça do meio-campo.

Na linha ofensiva, Ninis surgirá do lado direito, sendo o único extremo de raiz desta seleção, com Samaras a adaptar-se a uma posição mais encostada à esquerda, o que não sendo o seu território natural, servirá para equilibrar um conjunto que terá em Salpingidis a sua referência central. Esta será a grande fragilidade dos gregos. Como marcar golos.

Alemães e gregos farão hoje testes decisivos para confirmar estas tendências. Na sua mente, estará já o jogo inicial, daqui a menos de uma semana, na Polónia e na Ucrânia.


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