quarta-feira, 2 de maio de 2012

Real Madrid no jogo do título


Caso vença hoje em Bilbau, o Real Madrid poderá festejar o regresso aos títulos em Espanha, depois de ter conquistado o último em 2008. Pelo meio, ficou o domínio do Barcelona de Guardiola. Hoje é o dia de José Mourinho.

Depois de ter conquistado a Europa com o FC Porto, a Inglaterra com o Chelsea e dominado em Itália com o Inter (onde conseguiu, também, a sua segunda Liga dos Campeões), José Mourinho aceitou aquele que era o maior desafio da sua carreira. Treinar o Real Madrid, uma das maiores equipas do mundo, com adeptos que exigem vitórias em todos os jogos, ainda para mais num momento em que o seu maior rival, o Barcelona, era incontestavelmente considerado como uma das equipas que melhor futebol praticou na história, era uma tarefa de proporções homéricas.


Durante a temporada passada, o objetivo de bater o Barcelona parecia condenado ao insucesso. A equipa demorou a assimilar as ideias do treinador português e as opções do plantel também não davam espaço para a equipa do Real se bater, de igual para igual, frente aos catalães. Ainda assim, uma vitória na final da Taça do Rei permitiu à equipa ganhar fôlego para o que poderia acontecer esta temporada.

O que se viu, no Real Madrid, foi a transfiguração de um conjunto de jogadores num processo de compreensão e submissão às ideias do treinador. Marcelo passou a ser um lateral-esquerdo bem mais disciplinado do que no passado (esteve quase com um pé fora do Real), Khedira e Ozil encontraram o ritmo intenso exigido pelo futebol retilíneo de Mourinho, Benzema é, hoje, um jogador totalmente diferente. Para além disso, a equipa encontra em Coentrão, Di María, Kaká e Callejón alternativas para se manter no topo durante grande parte da temporada, tendo em Casillas, Pepe, Sérgio Ramos, Xabi Alonso e Cristiano Ronaldo a trave mestra do seu onze.

Ultrapassando as dificuldades de uma Liga Espanhola onde todos jogam contra os dois primeiros como se a sua vida dependesse de um ponto conquistado nessas partidas, José Mourinho viveu, na última semana, a alegria de dar o ímpeto final para chegar ao título vencendo no terreno rival e a tristeza de perder o acesso à final da Liga dos Campeões. Mas mesmo Mourinho sabe que o caminho até ao topo é lento e cheio de dificuldades.

Esta noite, precisa de ganhar em Bilbau para poder festejar, desde já, o título. No seu caminho, está o Athletic de Marcelo Bielsa, um dos treinadores que inspiraram o Barcelona de Guardiola. Há alguma ironia neste fato, mas Mourinho nunca se esquiva a um bom desafio. Num estádio difícil, frente a uma equipa que demora a bola em sua posse para chegar ao golo, Mourinho olhará o relvado à procura dos espaços para que os seus jogadores possam vencer. Para isso contará, uma vez mais, com Cristiano Ronaldo, um jogador à medida do treinador. Sempre em busca de se superar, sempre em busca de ganhar, ganhar de uma maneira mais afirmativa do que no ano anterior.

Será essa a fórmula que a equipa levará para a próxima temporada. Ganhar, outra vez, e ganhar melhor.

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